O 'rê' da questão!

Escolhi a dedo o dia da re-inauguração do meu blog. Dentro desse globo, a correria está geral. Por sorte alguém vai ler esse texto e concordar comigo que o 1º de abril já não é mais como antigamente. E antigamente nem tão antigamente assim, quando eu ainda brincava de pique-bandeira numa ladeira de Lafaiete (MG), num mix de crianças e adultos, ainda se pensava em pegadinhas de 1º de abril.

O que mudou de lá pra cá?

Nós estamos perdendo a graça da simplicidade, a formosura, a delicadeza. A inocente brincadeira de mentir, no dia que não é proibido mentir, está banalizada. É porque, na verdade (de verdade), o mundo mente 364 dias no ano. Sendo que esse ano a gente tem um dia a mais para mentir, olha a vantagem!
A gente mente que ajuda o próximo, que se sente bem, e faz tudo na lei. A gente mente que respeita as regras, que não trái nossos próprios conceitos e que não sente falta. A gente mente que não precisa de alguém pra ajudar, que não sente ciúmes até da sombra. A gente mente que tá tudo bem. A gente mente que não fala mentira. A gente mente que o Brasil vai melhorar. A gente mente que sabe tudo, que não sente dor quando dói, e que sente para fazer charme. A gente mente que aprende com os erros, que aprende com exemplos, que aprende na sala de aula. A gente mente. Todo dia, para nós mesmos. Ao acordar a gente mente que levanta, que tá disposto.
Fomos espertos ao trocar o dia da mentira. Depois não reclamemos das idas e vindas para repararmos esse erro.