11 agosto, 2008

Troca justa: emoção pela paciência

“Com paciência ou sem paciência?” Diante de tudo na vida, a gente pode escolher com ou sem paciência. O problema é que, aparentemente, não temos escolha. A impaciência explode como se não tivéssemos qualquer poder para detê-la. Mas a menos que acreditemos que ela é uma entidade com vida própria, precisamos reconhecer que a impaciência depende de uma decisão (ou omissão).
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A paciência tem mil e uma características e utilidades, como a famosa palha de aço. Precisamos ser pacientes com as coisas que não são como gostaríamos, e que estão – elas sim – completamente fora do nosso controle. O trânsito é o exemplo clássico dos nossos tempos. Adianta surtar com os mil carros à nossa frente? Mas, se sabemos que eles vão nos tirar do sério, temos uma escolha – o famoso “sair mais cedo”.
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Temos de ter paciência com o que é “naturalmente” demorado – a água que não ferve, o programa de computador que não abre, o elevador que não chega. Em vez de simplesmente esperar, temos o hábito (é, hábito) de ficar impacientes, tamborilar na mesa, bater o pé, praguejar, respirar mais forte. Como se ficar com raiva fizesse bem e aliviasse a espera, ou fosse um direito adquirido; como se fosse meio idiota ficar calmo quando estamos com pressa. É, eu já reparei que, quando estou atrasada, não ficar nervosa parece até falta de educação. O “certo” é se estressar. Até parece que resolve muito.
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Mas não é só nessas horas de crise aguda que paciência ajuda. Existem problemas crônicos que fazem muito menos mal à saúde quando são acompanhados por ela. Por exemplo: ter de pedir mil vezes a mesma coisa para marido, filhos, funcionários. Em vez de perder a cabeça, é muito mais produtivo simplesmente repetir o pedido tantas vezes quanto for necessário, com a mesma paciência da primeira vez. Claro, chega uma hora em que é preciso ser mais duro, mais exigente, mas nem quando se atinge esse ponto é preciso surtar.
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Falar é fácil, não? Mas convencer-se da utilidade da paciência é meio caminho andado. Porque está cheio de gente por aí defendendo o valor do chilique ou do descontrole. Eu às vezes tenho um ataque, mas não acho nada bonito e não recomendo para ninguém. Estou bem longe de ser um Dalai Lama,mas sei que é esse o meu modelo de sucesso – não a louca estressada que às vezes “toma conta”de mim.
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Soninha Francine, editora abril.

Um comentário:

Anônimo disse...

prometo: com paciência!!!!!!! eu espero einh...
beijo rê.